Governo do Estado do Rio Grande do Sul
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Restauração das Áreas de Preservação Permanente do Rio Taquari e afluentes

Área Temática: Meio Ambiente

Município: Lajeado

Região: Vale do Taquari

Justificativa: As florestas ribeirinhas, conhecidas como matas ciliares, constituem ecossistemas que protegem nascentes, rios, lagos e/ou açudes artificiais ou naturais onde estabelecem interações entre os ambientes aquático e terrestre. Desta forma, prestam importantes serviços ecossistêmicos que favorecem a sociedade, e a manutenção desses serviços exige que elas sejam preservadas e restauradas. As matas ciliares servem de abrigo e corredor ecológico para diversas espécies vegetais e animais, sendo importantes para o fluxo gênico e, assim, para a manutenção da diversidade genética das espécies. Além disso, atuam como barreira natural, protegendo o solo contra o impacto direto da água, reduzindo a perda deste por processos erosivos e aumentando a rugosidade do canal do curso hídrico e reduzindo a velocidade da força da água. Consequentemente, também diminuem o assoreamento dos rios, contribuem para o equilíbrio térmico das águas, reduzindo a sua evaporação, e para o sequestro de carbono da atmosfera. Assim, também favorecem a resiliência climática e a mitigação de seus efeitos. Pela sua fragilidade e importância são Áreas de Preservação Permanente. No entanto, apesar da sua importância e de estarem protegidas pela legislação, foram intensamente reduzidas ou eliminadas. Conforme dados do MAPBIOMAS (2022), restava apenas 31% de mata ciliar (floresta) dentro da Área de Preservação Permanente (APP) do rio Taquari. Este pequeno percentual de vegetação ciliar também se repete nos afluentes do rio Taquari, em sua maioria, totalmente removido, deixando as margens com taludes verticalizados e desprotegidos. O que restava de mata na APP não foi capaz de cumprir com a função de proteção das margens e foi totalmente removida com os eventos extremos de 2023 e 2024, evidenciando a necessidade de proteção de extensas faixas de APP, como previsto na legislação. É neste contexto que precisamos de ações imediatas para a recomposição das matas ciliares. Assim, a presente proposta visa a aplicação de técnicas de Engenharia Natural e de Restauração Ecológica em áreas degradadas nas margens do rio Taquari e seus afluentes, com o intuito de estabilizar processos erosivos, recompor a cobertura vegetal das margens dos rios e minimizar os impactos gerados pelos eventos hidrológicos extremos de 2023 e 2024 no Rio Grande do Sul, que atingiram, principalmente e com maior intensidade, a região do Vale do Taquari. A execução de projetos que associem Engenharia Natural e Técnicas de Restauração Ecológica contribuirá para restaurar a vegetação nas margens degradadas e proteger o recurso hídrico e as propriedades ribeirinhas a partir da estabilização das margens e reconstituição da cobertura vegetal. Com isso, teremos a reconstituição de corredores ecológicos, a redução dos processos erosivos, de movimentos de solo em encostas e escorrimento superficial acompanhado do arraste de sedimentos que atingem os recursos hídricos, redução do assoreamento, dentre outros, contribuindo para a promoção da resiliência climática.

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